
Hoje acordaste a gritar.
Corremos para o teu encontro. O pai chegou primeiro e pegou em ti. Não sossegaste.
Choro contínuo.
Vens ao meu colo. Eu abraço-te com força e digo:
“Estás em segurança connosco!”
Ofereço-te a mama e começas a tranquilizar. Adormeces com relativa facilidade.
A minha mente… não! Fico alerta. Voltarás a acordar? Como está a tua respiração? Tranquila?
Penso com o que poderias tu estar a sonhar que te assustasse tanto.
“Impotência… não saber…”
Foi um pesadelo, eu sei, mas a sensação de impotência, de não saber o que se passa está presente em mim. Como mãe sinto que é meu dever estar para ti, abraçar-te, dar-te colo ou mama. Mas quando não sei de que tens medo, o que te assusta… resta-me imaginar. E a mente de uma mãe preocupada não é amiga.
É sombria, agitada como um mar revolto numa tempestade de inverno! Vê coisas, fantsmas, seres do além que possam te perturbar…
A mente de uma mãe reage pelo sentimento e emoção e não pelo lógico. O pensamento matemético aqui não existe. É mais uma filosofia pegada de emoções ao rubro.
“… estás segura comigo”
Por isso, o que eu, tua mãe, posso fazer neste momento em que acordas a chorar assustada com um pesadelo? Posso fazer o que sei mesmo sem saber o que sentes. Posso abraçar-te com força e sorrir com ternura, pois despertas em mim muito amor.
Posso dizer-te que te amo e que estás segura comigo. Os meus braços são o teu porto seguro, o meu peito o teu aconchego, o meu leite o teu alento. Posso enviar luz para ti, meu ser de luz, para que a minha energia te tranquilize.
Posso observar-te e escutar-te para aprender contigo, perceber o que precisas ara que a minha sensação de impotência seja menor no teu próximo sonho mau.
(Fotografia por Liliana Brandão)
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