FAQ – Perguntas Frequentes
~ Quais os benefícios comprovados do Parto na Água? ~
Vê a nossa lista AQUI
~ Porque não há mais partos na água nos hospitais em Portugal? ~
As Mães D’ Água trabalham desde 2014 para trazer de volta o parto na água ao SNS português. Até à data existiu apenas um único projecto de parto na água no SNS em Portugal (no HSB – Hospital de S. Bernardo, em Setubal), e este foi suspenso (para saber mais podes ver AQUI).
Recentemente conseguimos a presença de Barbara Harper (especialista em parto na água e fundadora da Waterbirth International) em Portugal e com ela a certificação em parto na água de mais de 50 profissionais de saúde. Neste momento vários hospitais se mostram mais abertos do que nunca para este tipo de parto, e há até três que possuem já piscinas de parto – acreditamos que a mudança está próxima!
Para além do SNS o parto na água existe em Portugal, em hospital privado, clínica privada, e no parto domiciliar (podes ver mais sobre ONDE e COM QUEM ter assistência ao parto na água em Portugal AQUI).
~ "O bebé não se afoga?" ~ Afinal o que permite que seja seguro ter bebé debaixo de água? ~
Há quatro factores principais que impedem um bebé de inalar água durante o nascimento:
1. Os níveis de prostaglandina E2 da placenta que provocam o abrandar ou parar dos movimentos respiratórios fetais. Quando o bebé nasce e os níveis de prostaglandina ainda estão altos, os músculos respiratórios do bebé pura e simplesmente não trabalham, impedindo assim a primeira resposta inibitiva.
2. Todos os bebés nascem com uma ligeira hipoxia ou falta de oxigénio. A hipoxia causa apneia e impulso de engolir, não de respirar ou suspirar.
3. Os pulmões do bebé ainda estão cheios de líquido. Esse líquido existe para proteger os pulmões, e mantêm o espaço aberto para trocar dióxido de carbono por oxigénio. É muito difícil, até mesmo improvável, que os fluídos da banheira de parto passem nesses espaços que já estão cheios de fluído. Um fisiologista declarou que “a viscosidade natural do fluído que corre nos pulmões é tão espesso que seria praticamente impossível que quaisquer outros fluídos entrem”.
4. O último importante factor inibidor é o “Dive Reflex” (reflexo de mergulho), e está relacionado com a laringe. A laringe está completamente coberta por quimiorreceptores ou papilas gustativas. A laringe tem cinco vezes mais papilas gustativas do que a superfície inteira da língua. Portanto, quando uma substância chega ao fundo da garganta, passando pela laringe, as papilas gustativas interpretam de que substância se trata e a glote fecha-se automaticamente, fazendo com que a substância seja engolida, e não inalada.
Para uma descrição mais completa sugerimos ver: Barbara Harper’s Waterbirth Basics
~ "Não terei frio/ calor?" ~ Qual é a temperatura da água? ~
A água deve ser mantida a uma temperatura que seja confortável para a mãe, normalmente entre 32-37.5 graus Celsius (95-100 Fahrenheit). A temperatura da água não deve exceder os 38 graus (101 Fahrenheit), já que levaria a um aumento da temperature corporal da mãe o que causaria um aumento do ritmo cardíaco do bebé. É importante ter bastante água para beber e toalhas frias para a cara e o pescoço da mãe. Um spray de água facial pode ser um alívio que algumas mães agradecem.
~ Quanto pode custar um parto na água? ~
Esta questão depende grandemente da opção tomada (parto hospitalar, clínica privada, ou parto em casa).
No projeto de parto na água que existia no nosso SNS este modo de nascer não trazia nenhum tipo de custos adicionais. Neste momento, e não existindo esta opção, a escolha deste tipo de parto implica os custos das instituições privadas que a oferecem.
Para saber mais consulta a nossa lista de informação útil sobre parto na água e contacta as instituições ou profissionais disponíveis para este tipo de parto AQUI).
~ Posso ter um parto na água no hospital do SNS da minha zona de residência? ~
Como referimos anteriormente não existe neste momento nenhuma opção de parto na água no nosso SNS.
As Mães D’ Água acreditam, e não estamos sozinhas, que são as mulheres/ casais/ famílias portuguesas que podem mudar esta realidade. Como? Escrevendo para os hospitais a pedir este tipo de parto; referindo a vontade de usar a imersão em água durante o parto; falando sobre os benefícios deste modo de nascer. Fazer ouvir bem alto a nossa voz: queremos parto na água no SNS português! É aliás um direito nosso. Contamos contigo! Só manifestando a nossa vontade podemos, juntas, realizar este objectivo.
~ Quanto tempo é que o bebé deve permanecer dentro de água depois do parto? ~
Em Portugal, no exemplo do parto na água no HBS a prática era de trazer o bebé para fora da água alguns segundos depois de nascer (nos Estados Unidos também é assim). Não há nenhuma razão fisiológica para deixar o bebé dentro de água durante um período de tempo específico. Há vários vídeos de partos na água que mostram o bebé debaixo de água durante alguns momentos depois do parto e os bebés estão óptimos. Fisiologicamente, a placenta fornece oxigénio ao bebé durante este tempo, no entanto é impossível prever quando é que a placenta se vai separar e parar o fluxo de oxigénio para o bebé. O pulsar do cordão umbilical não garante que o bebé esteja a receber oxigénio. A opção segura é remover o bebé, sem pressa, e colocá-lo suavemente no peito da mãe.
~ Quando é que devo entrar na água? ~
Uma mulher deve ser encorajada a usar a piscina de parto quando desejar. No entanto, se a mãe escolher entrar dentro de água no início do trabalho de parto, antes das suas contracções serem fortes e seguidas, a água pode relaxá-la ao ponto de abrandar ou até mesmo parar o trabalho de parto. Por isso, alguns profissionais limitam o uso da piscina até que alguns padrões de parto estejam estabelecidos e haja uma dilatação de pelo menos 5 centímetros.
Há dados fisiológicos que confirmam esta regra, mas cada situação deve ser avaliada separadamente. Algumas mães sentem que um banho no início do trabalho de parto é útil para as acalmar e para determiner se o trabalho de parto já começou efectivamente. Se as contracções são fortes e regulares, independentemente da dilatação, um banho pode ser necessário para ajudar a mãe a relaxar o suficiente e facilitar a dilatação. Como tal, tem sido sugerido que o banho seja feito numa “água de teste” durante pelo menos uma hora e permitir que a mãe avalie a sua eficácia. As parteiras relatam que algumas mulheres conseguem ir de 1 cm até à dilatação completa durante a primeira ou segunda hora dentro de água. A primeira hora de relaxamento dentro de água é normalmente a melhor, e pode muitas vezes ajudar a mulher a alcançar rapidamente a dilatação completa.
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Texto elaborado pelas Mães D’ Água, com base no texto da Waterbirth International
(versão original em inglês – adaptado à realidade portuguesa).
Imagem de Paulina Splechta
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